Bento XVI morreu neste sábado, 31, aos 95 anos. Nos últimos dias, o Vaticano já havia informado que o pontífice emérito estava com a saúde frágil, por causa da idade
Fica Senhor comigo, para que ouça Tua voz e te siga. Fica Senhor comigo, pois desejo amar-te e permanecer sempre em tua companhia. Fica Senhor comigo, se queres que te seja fiel. Fica Senhor comigo, porque, por mais pobre que seja minha alma, quero que se transforme num lugar de consolação para Ti, um ninho de amor.
São João Paulo, com a tua intercessão, portege as famílias e cada vida que nasce dentro da família. Roga pelo mundo inteiro, ainda marcado por tensões, guerras e injustiças. Tu te opuseste à guerra, invocando o diálogo e semeando o amor; roga por nós, para que sejamos incansáveis semeadores de paz
Será que o uso dessas práticas, mesmo na cultura
ocidental pós-moderna, não vem carregado de um sentido espiritual?
“Não fareis incisões na vossa carne por um morto, nem fareis
figura alguma no vosso corpo. Eu sou o Senhor” (Lv 19,28).
Vemos, neste texto bíblico, a proibição de Deus ao povo de
Israel de fazer incisões na pele. Para não cairmos em fundamentalismos, temos
de ir ao contexto e descobrir a essência da mensagem. O que observamos é que o
uso dessas incisões são práticas idólatras dos povos pagãos que circundavam
Israel, e a essência é que não condiz com o seguimento do Deus Uno, qualquer
forma de idolatria; então, o corpo do homem não pode ser um espaço de expressões
idólatras.
A tatuagem e piercing têm alguma coisa a ver com isso? “A
expressão piercing tem sido usada para designar um tipo de adorno inserido por
perfuração em certas partes do corpo. Já a tatuagem é a pintura da pele com
pigmentos insolúveis e definitivos.” 1
Olhando assim, de forma objetiva, parece que a tatuagem e o
piercing não têm nada de censurável. Mas precisamos nos aprofundar no
significado deles. Penso que a análise da moralidade dessas práticas passa por
duas questões:
Significados que carregam
Primeiro: essas práticas geralmente estão relacionadas a
comportamentos tantas vezes velados, mas presentes, cheios de vaidade, sensualidade e irreverência. Mesmo que, na
intenção pessoal, isso não esteja claro, tatuagens e piercings, na nossa
cultura, carregam esses significados. Nesse sentido, o texto do Levítico não
está tão distante dessa realidade, porque vaidade, sensualidade e irreverência
são verdadeiros ídolos a quem o homem moderno presta culto e realiza
sacrifícios inescrupulosos. Mesmo que pessoalmente seja apenas uma atitude
adolescente de inclusão a um grupo, a motivação deste está envolvida com esses
valores.
Não nos enganemos, pois tudo o que fazemos com nossas
coisas, especialmente com o nosso corpo, comunica nossos valores e transmite
mensagens boas ou ruins. Usando isso, ainda que a intenção primeira não seja
essa, o usuário contribui para a valorização desses cultos, que tanto têm
destruído as virtudes contrárias a esses valores em nossa sociedade:
simplicidade, pureza e mansidão.
Alguém pode questionar que outras práticas normais, como o
uso de brincos e maquiagens, também podem ter um significado de culto à
vaidade, sensualidade e irreverência. Sim, isso é verdade. Mas essa exortação
vale também para elas, porque as práticas comuns, sem a virtude da temperança,
podem nos dispor a essas ciladas.
É significativo que, na maioria das culturas, especialmente
o piercing tenha um sentido religioso e espiritual. “A ideia hinduísta desse
objeto é que ele representa um contato, uma abertura para a atuação de
divindades nas mais variadas áreas da vida humana, cada uma representada por
uma parte do organismo. É interessante observar que o uso do piercing está tão
ligado a essas crenças hinduístas, que os locais de colocação (lábios, umbigo,
nariz, sobrancelhas entre outros) correspondem, exatamente, aos pontos
correspondentes aos chamados “chakras”, ou seja, centros de energia onde se
daria a interação entre o corpo e a mente, de onde se poderia estabelecer o
controle sobre eles.” 2
Será, então, que o uso dessas práticas, mesmo na
cultura ocidental pós-moderna, não vem carregado de um sentido espiritual? Será que não expõe, de algum modo, a
pessoa a realidades espirituais, uma vez que “vosso adversário, o demônio, anda
ao redor de vós como o leão que ruge, buscando a quem devorar” (1Pd 5,8)?
Respeito ao corpo
Outra questão a se considerar é o respeito ao corpo, templo
do Espírito. Essa é uma forte exortação de São Paulo em 1Cor 6,12-20, e também
do Catecismo da Igreja Católica. Este, quando trata do quinto mandamento da Lei
de Deus – “Não matarás”–, além do evidente, fala também sobre a
necessidade do respeito à saúde (§§ 2288-2291), como um apelo moral do
cristão. Nesse sentido, o piercing e a tatuagem também não se harmonizam
com esses valores. De maneira geral, os profissionais de saúde contraindicam o uso
dessas marcas em nosso corpo, pois elas o expõem a uma série de complicações,
desde a transmissão de doenças contagiosas, no momento da aplicação, como da
Hepatite B (HBV), da Hepatite C (HCV) e do vírus da Imunodeficiência Humana
(HIV), Sífilis etc., como complicações posteriores: infecções diversas,
dermatites, alergias e até há relatos de casos registrados de endocardite
infecciosa (uma infecção grave na camada interna do coração). Isso tudo, sem
contar que, no caso das tatuagens, a remoção posterior é difícil, podendo expor
a pessoa a novas complicações.
Quanto ao piercing, alguém pode perguntar se há alguma
diferença entre ele e o brinco usado nos lóbulos das orelhas. Sob o ponto de
vista da saúde, há muita diferença. O lóbulo da orelha é a região que apresenta
melhores condições, porque tem vascularização adequada (nem muito como a língua
e lábios; nem pouco, como nas cartilagens), é arejado, pouco exposto ao suor e
às secreções, e é de fácil higienização. Trata-se, assim, de uma região do
corpo com improváveis chances de complicações. Outra é a situação dos diversos
locais do corpo em que se costuma usar piercing, em que a exposição a riscos é
muito maior. Aliás, veja-se como a tradição de culturas civilizadas tem valor. Nela se escondem sabedorias que nem imaginamos.
O verdadeiro progresso social e cultural está em um novo que parte da tradição.
Respeita a beleza da pessoa
Ainda ponderando sobre o respeito ao corpo, será que a
tatuagem e o piercing respeitam a beleza da pessoa?
Penso que as aberrações que vemos por aí nos dão a pista da
resposta: não. Não, porque qualquer coisa que marque o corpo de forma estável
ou permanente comunica que ele não é tão bom assim, ele não é tão digno nem tão
belo, e precisa ser melhorado (isso seria diferente de uma prótese, que visa
justamente restaurar, em um determinado corpo, a integridade perdida, que é
própria do ser humano).
A Igreja não tem nenhum pronunciamento claro ou oficial
sobre essa questão. Mas ela nos dá os princípios da fé que, com o discernimento dos espíritos (cf. I Cor 10,12),
podemos, sim, ponderar e fazer um juízo sobre questões como essa. “O corpo,
porém, não é para a impureza, mas para o Senhor” (1Cor 6,13b).
Que seus princípios partam sempre da dignidade do seu corpo
para Deus, e que seus discernimentos busquem, em tudo, glorificar o Senhor.
Referências: 1. Dra Mannoun, Piercing e tatuagens na adolescência, o que você precisa saber. 2. Marcia Rezende, O que a Bíblia diz sobre o piercing.
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