terça-feira, 28 de maio de 2019
Detém-te! O Sagrado Coração de Jesus está comigo
Conhecido como 'Detém-te', trata-se de um pequeno emblema
que pode ser usado sobre o peito, em volta do pescoço ou preso ao casaco,
embora o ideal fosse levá-lo à altura do coração, como um lembrete das palavras
de São Paulo “Tende em vossos corações os mesmos sentimentos que teve Jesus
Cristo no seu” (Filipenses 2,5).
O 'Detém-te' tem uma imagem do Sagrado Coração, que,
normalmente, está circundada da seguinte frase: “Detém-te! (ou Alto!) O Sagrado
Coração de Jesus está comigo”.
Diz-se que, em 1870, uma cidadã de Roma, depois de consagrar
ao Sagrado Coração e à Santíssima Virgem o seu filho que estava de partida para
a guerra da unificação da Itália, alistado com os Zuavos Pontifícios[1], lhe
entregou um 'Detém-te' que ela mesma desenhou sobre um pedaço de pano
vermelho, dizendo: “Ele te trará são e salvo.” O jovem saiu ileso da guerra,
dizendo que uma bala atingiu o seu peito, onde tinha o 'Detém-te', e parou sem
causar qualquer dano. A Mãe contou isto ao Santo Padre.
O Papa concedeu a aprovação definitiva a essa devoção e
disse: “Isso, senhora, é uma inspiração do Céu.” E, em seguida, acrescentou.
“Abençoo este Coração e quero que todos aqueles que forem feitos segundo este
modelo recebam esta mesma bênção, sem ser necessário que um Padre a renove.
Ademais, quero que de modo algum Satanás possa causar dano àqueles que
levem consigo o Escudo, símbolo do Coração adorável de Jesus”.
Em seguida, o próprio Papa Pio IX ditou a seguinte oração:
Abri-me o vosso Sagrado Coração, ó Jesus!...
Mostrai-me os seus encantos,
uni-me a Ele para sempre.
Que todos os movimentos e palpitações do meu coração,
mesmo durante o sono,
Vos sejam um testemunho do meu amor
e Vos digam sem cessar:
Sim, Senhor Jesus, eu Vos adoro...
Aceitai o pouco bem que faço e
fazei-me a mercê de reparar o mal cometido,
para que Vos louve no tempo
e Vos bendiga por toda a eternidade. Amém.
Sagrado Coração de Jesus, eu confio em Vós.
(Repita três vezes este última jaculatória)
Para incentivar a prática deste Santo Escapulário, o Papa
Pio IX concedeu, em 1872, 100 dias de indulgência a todos os que o levarem e
rezarem um Pai-Nosso, Avé-Maria e Glória.
Em alguns 'Detém-te', como os que empregaram os
contra-revolucionários franceses, desenharam um Sagrado Coração, coroado por
uma cruz e com as palavras “Le Roi” (“O Rei”), reconhecendo a Cristo como o
verdadeiro Rei de França e o Rei de todos os corações.
O 'Detém-te' foi usado no México pelos Cristeros, que
pegaram em armas contra o governo anticristão, entre 1926-1929, e que trazia a
legenda “Detém-te, inimigo mau, o coração de Jesus está comigo”. Recorreram
também ao 'Detém-te' os católicos cubanos que combateram contra o regime
castrista, pois tinham uma especial devoção ao Sagrado Coração de Jesus e
usaram um 'Detém-te' no qual dizia: “Detém-te, bala inimiga, que o Coração
de Jesus está comigo”.
Ao recitar a jaculatória do 'Detém-te', renegamos as obras
do mundo, do diabo e da carne, e ao mesmo tempo é uma forma de solicitar a protecção
d'Aquele que nos amou sem poupar esforços para conseguir o amor dos homens
(Palavras literais de Nosso Senhor a Santa Margarida Alacoque).
Que melhor maneira de recordar o Amor do Sacratíssimo
Coração que levando sobre o nosso peito um 'Detém-te'? Já dizia o Papa Pio XII,
sobre a devoção ao Sagrado Coração de Jesus, que considerava esta prática como
“a mais completa profissão da Religião Cristã” (Encíclica Haurietis Aquas,
15.V.1956).
Adaptado de Pale Ideas
[1] “Zuavos Pontifícios” eram um regimento militar do Estado
Pontifício. Criado a 1 de Janeiro de 1861, à semelhança dos Zuavos do exército
francês, era constituído por voluntários, na maioria franceses, belgas e
holandeses, que haviam chegado ao Estado Pontifício para defendê-lo de ataques
militares por parte do Reino da Itália que desejava tomar Roma, para completar
a unidade da península.
A sua história identifica-se com o último decénio de vida do
Estado da Igreja (1860-1870). O regimento foi licenciado a 21 de Setembro de
1870, depois da tomada de Roma. O seu valor e seu heroísmo eram devidos
principalmente aos princípios que os animaram. Significativo é o que disse
deles o estudioso Lorenzo Innocenti: “(...) foram o “baluarte do Trono e do
Altar, contribuíram de maneira determinante com o seu voluntariado místico -
contraposto à fé laica dos garibaldinos [tropa de Garibaldi] e à fé monárquica
das tropas do exército piemontês – para retardar em alguns anos a anexação do
Estado da Igreja ao resto da Itália”.
O texto do juramento prestado pelos soldados é bastante
representativo das motivações que os animavam: “Eu juro a Deus Omnipotente ser
obediente e fiel ao meu soberano, o Pontífice romano, nosso Santo Padre, o Papa
Pio IX, e aos seus legítimos sucessores. Juro servi-lo com honra e fidelidade e
de sacrificar a minha vida pela defesa da sua augusta e sacra pessoa, pela
defesa da sua soberania e pela defesa dos seus direitos.”
Fonte: http://senzapagare.blogspot.com.br
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