O esquema veio abaixo, como um castelo de cartas, quando clientes, de caixa baixa devido à crise, quiseram retirar 7 bilhões de dólares no começo deste mês. O próprio Madoff avisou os filhos de que tudo não passava de “uma grande mentira”. (1).
O grande intelectual inglês, autor da obra clássica Ortodoxia G. K. Chesterton (1874-1936), escreveu: “Acreditar absolutamente em si mesmo é uma crença tão histérica e supersticiosa como acreditar em Joanna Southcote (1750-1814). Ela se dizia virgem e grávida do novo Messias, e chegou a ter muitos seguidores”.
O fundador da Suprema Ordem Universal da Santíssima Trindade (Soust), Inri Cristo que garante ser nada menos que a reencarnação de Jesus e prega sua mensagem conforme o figurino bíblico: túnica branca, manto vermelho, sandálias de couro e coroa de espinhos.
A quem pensa que tudo não passa de um grande teatro escreve o jornalista Bernardo Mello Franco, mas segundo o teólogo Edson Martins, que defendeu tese de doutorado sobre os seguidores de Inri na Universidade Metodista de São Paulo, garante que a devoção é real e afirma: “O movimento dele pode parecer bizarro, mas a fé dos seguidores não difere muito das outras religiões. Eles acreditam mesmo”. (2)
A grande mentira pregada por muitas seitas é a salvação das pessoas no profetismo do líder e de seus ensinos. Fora da sua seita não há salvação e nem felicidade.
Autoritarismo, exclusivismo e detentor de ‘toda verdade’ são características fundamentais das seitas.
NINGUÉM VOS ENGANE
A arte de enganar vem desde o princípio da humanidade, tendo como autor o diabo, o pai da mentira (Gn 3,13; Jo 8,44).
A mentira como fundamento para toda arte do inimigo, só encontra valia na conexão com a ganância, ambição, idolatria e todo tipo de poder pecaminoso.
Três terríveis pecados pretendem dominar completamente o ser humano: a ganância de possuir muito dinheiro, o prazer desenfreado da luxúria e o desejo ardente de ser adorado como um deus.
Tudo isso pode conseguir criando uma seita. É muito fácil enganar o povo em nome de Deus. Uma seita ‘pode’ esconder todo tipo de crimes. Os líderes sectários sabem que não existe da parte do governo: municipal, estadual e federal uma fiscalização a rigor e permanente de suas atividades.
São sabedores dos fins obscuros das seitas poucos intelectuais, estudiosos da matéria e algumas autoridades competentes.
A nossa missão é esclarecer o povo sobre o perigo de certas seitas e conclamar as autoridades para uma maior atenção e averiguação dessas facções religiosas.
Diante de tantas seitas, não podemos ser ingênuos! Muita gente é usada e abusada de sua fé por seitas que vêem as pessoas como mercadorias.
São Paulo Apóstolo sabia e nos alerta sobre esses movimentos religiosos e suas táticas proselitistas: “Sabe, porém, o seguinte: nos últimos dias sobrevirão momentos difíceis. Os homens serão egoístas, gananciosos, jactanciosos, soberbos, blasfemos, rebeldes com os pais, sem afeto, mentirosos, incontinentes, cruéis, traidores, mais amigos dos prazeres do que de Deus; guardarão as aparências de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder. Afasta-te também destes”.
“Entre estes se encontram os que se introduzem nas casas e conseguem cativar mulherzinhas carregadas de pecados, possuídas de toda sorte de desejos, sempre aprendendo, mas sem jamais poder atingir o conhecimento da verdade. Do mesmo modo como Janes e Jambres se opuseram á Moises, assim também estas se opõem à verdade; são homens de espírito corrupto, de fé inconsistente. Mas eles não irão muito adiante, pois a sua loucura será manifesta á todos, como o foi daqueles” (2 Tm 3,1-9).
CONCLUSÃO
Cresce junto com o avanço da ciência e da tecnologia todo tipo de crises e a tamanha ignorância das pessoas.
Vivemos o mundo dos paradoxos e da estupidez.
As seitas não só trabalham pela via da lavagem cerebral como também pela mente esturricada.
Cabe aos profissionais sérios e de boa vontade ajudar as pessoas em seu momento de crises - principalmente afetiva - encontrarem caminhos, ferramentas, alívio, consolo, equilíbrio e segurança na sua potencialidade em Jesus Cristo e na medicina.
É nosso dever mostrar o Cristo verdadeiro, o Cristo Filho de Deus, de Maria, o crucificado e ressuscitado, amigo dos apóstolos, amigo de Maria Madalena, da família de Lázaro, companheiros das nossas dores e curas, das nossas tristezas e alegrias, daqueles que ganham e dos que perdem, dos que vão e dos que ficam.
Infelizmente, o povo conhece o Cristo da propaganda, sectário e da auto-ajuda.
Por incrível que pareça ainda hoje muita gente precisa conhecer e ter um encontro definitivo com o Cristo dos Santos Evangelhos.
Pe. Inácio José do vale
Professor de História da Igreja
Faculdade de teologia de Volta Redonda
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