Na verdade, de uma forma sorrateira, a mentalidade hedonista – da busca do prazer pelo simples prazer – do mundo de hoje tem privado a muitos de conhecer e experimentar a beleza do autêntico amor humano, dom de Deus. Tem feito especialmente nossos jovens chamarem de amor o que não passa de uma frágil atração física. Tem nos ensinado que homem e mulher precisam constantemente medir forças, que temos de tirar algum proveito do outro e mais algumas aberrações... O grande problema é que esse tipo de relacionamento está muito longe do que Deus pensa sobre o namoro e é definitivamente incapaz de satisfazer a alma humana.
Diante disso, queremos lançar sobre esses jovens um olhar de esperança e dizer: é possível hoje viver um verdadeiro amor! Para isso, olhemos, a partir de agora, o namoro com os olhos do Espírito Santo e peçamos a Ele que arranque qualquer vestígio da mentalidade do mundo que ainda possa haver em nós.
Para começar, tenhamos em mente que, se quisermos usufruir as bênçãos e colher bons frutos de um relacionamento, não podemos queimar etapas. A amizade é necessariamente o primeiro passo. Estreitar os laços, conhecer os pensamentos, os valores, as virtudes e também as fraquezas um do outro. Nunca se contentar com as aparências, mas mergulhar na simples verdade do outro. Essa é uma fase muito gratificante, porque temos a oportunidade de descobrir as grandes riquezas do outro e de lhe revelar as nossas. Vale lembrar que é também um tempo propício ao autoconhecimento, imprescindível a qualquer tipo de relacionamento. É a partir daí que o sentimento começa a tomar forma, a amadurecer. Só então a nossa razão, agora livre de paixões enganadoras, poderá ser capaz de enxergar o que realmente sentimos um pelo outro e de fazer uma opção sensata.
E aí? Estamos prontos para namorar? Calma, ainda falta algo indispensável: conhecer a vontade de Deus. É preciso que os dois estejam atentos à sua Santa Vontade e que haja sempre uma partilha sincera de suas orações. O namoro deve estar sempre embasado no Senhor, caso contrário, será algo desordenado, uma busca de ambas as partes de se satisfazerem da maneira mais egoísta: de serem amados e não de amarem (a ordem dos fatores, neste caso, altera o produto); não existirá lugar para a gratuidade, para as delicadezas e para a feliz renúncia em favor do outro. Sendo assim, podemos concluir sem medo: todo namoro deve ser um relacionamento a três. De um lado, o rapaz, com seu jeito próprio de ser se derrama em amor para com a moça. Por sua vez, a moça, com a delicadeza que lhe é peculiar, busca amar o rapaz como ele é. No centro, Aquele que é a fonte de todo amor: Deus!!!
Agora que estamos aptos para um novo tipo de relacionamento, que tal consagrá-lo a Nossa Senhora? Ela será uma ajuda necessária nos desafios do dia-a-dia. Ninguém melhor que a Mãe de Jesus para nos ensinar a viver a castidade, a dar sem esperar recompensa e a perder para que o outro ganhe. Que mulher admirável recebemos como mãe e que cuidado ela tem pelos que se lhe confiam!
Por fim, recordemos sempre que não há maior amor do que dar a vida por quem se ama. Não é isso que Jesus nos ensina?!
Estamos tendo agora, não só o prazer de escrever sobre um tema tão belo para nós e Deus, mas também a alegria de, nas nossas vidas, testemunhar isto. Passamos por cada fase, vivendo cada etapa, vencendo cada desafio. Hoje, ao olharmos para trás, comprovamos a beleza de viver o tempo de Deus para cada coisa. Pondo este mesmo olhar no presente, testemunhamos a vitória do amor humano elevado à caridade de Cristo nas nossas vidas. E no futuro? Bem, o futuro a Deus pertence, mas com certeza ansiamos um dia estarmos diante do altar selando este tão belo amor que teve início numa amizade...
Fonte: Arquivo Shalom
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