sexta-feira, 12 de setembro de 2014
O segredo está em entender de que amor estamos falando e em usar três palavras mágicas na vida cotidiana do casal
Hoje em dia existe muito medo de tomar decisões definitivas, como a decasar-se, pois as pessoas consideram impossível manter o amor vivo ao longo dos anos. O Papa Francisco fala deste tema e nos convida a não nos deixarmos vencer pela “cultura do provisório”, pois o amor que fundamenta uma família é um amor para sempre.
O que entendemos por “amor”?
Com a sabedoria e a simplicidade que o caracterizam, o PapaFranciscocomeça com um importante esclarecimento sobre o verdadeiro significado do amor, já que, diante do medo do “para sempre”, muitos dizem: “Ficaremos juntos enquanto o amor durar”.
Então, ele pergunta: “O que entendemos por ‘amor‘? Só um sentimento, uma condição psicofísica? Certamente, se é assim, não se pode construir nada sólido. Mas se o amor é uma relação, então é uma realidade que cresce, e também podemos dizer, por exemplo, que se constrói como uma casa. E a casa é construída em companhia do outro, não sozinhos! Não queiram construí-la sobre a areia dos sentimentos, que vão e vêm, mas sim sobre a rocha do amor verdadeiro, o amor que vem de Deus.”
“O matrimônio é um trabalho de ourivesaria que se constrói todos os dias ao longo da vida. O marido ajuda a esposa a amadurecer como mulher, e a esposa ajuda o marido a amadurecer como homem. Os dois crescem em humanidade e esta é a principal herança que deixam aos filhos”, acrescenta.
Três palavras mágicas para fazer o casamento durar
O Papa esclarece que o “para sempre” não é só questão de duração. “Umcasamento não se realiza somente se ele dura, sua qualidade também é importante. Estar juntos e saber amar-se para sempre é o desafio dos esposos.”
E fala sobre a convivência matrimonial: “Viver juntos é uma arte, um caminho paciente, bonito e fascinante (…) que tem regras que se podem resumir exatamente naquelas três palavras: ‘posso?’, ‘obrigado’ e ‘desculpe'”.
“‘Posso?’ é o pedido amável de entrar na vida de alguém com respeito e atenção. O verdadeiro amor não se impõe com dureza e agressividade. SãoFrancisco dizia: ‘A cortesia é a irmã da caridade, que apaga o ódio e mantém o amor‘. E hoje, nas nossas famílias, no nosso mundo amiúde violento e arrogante, faz falta muita cortesia.”
“Obrigado': a gratidão é um sentimento importante. Sabemos agradecer? (…) É importante manter viva a consciência de que a outra pessoa é um dom de Deus, e aos dons de Deus diz-se ‘obrigado’. Não é uma palavra amável para usar com os estranhos, para ser educados. É preciso saber dizer ‘obrigado’ para caminhar juntos.”
“‘Desculpe': na vida cometemos muitos erros, enganamo-nos tantas vezes. Todos. Daí a necessidade de utilizar esta palavra tão simples: ‘desculpe’. Em geral, cada um de nós está disposto a acusar o outro para se desculpar. É um instinto que está na origem de tantos desastres. Aprendamos a reconhecer os nossos erros e a pedir desculpa. Também assim cresce uma família cristã.”
Finalmente, o Papa acrescenta, com bom humor: “Todos sabemos que não existe uma família perfeita, nem o marido ou a mulher perfeitos. Isso sem falar da sogra perfeita…”.
E conclui: “Existimos nós, os pecadores. Jesus, que nos conhece bem, ensina-nos um segredo: que um dia não termine nunca sem pedir perdão, sem que a paz volte à casa. Se aprendemos a pedir perdão e a perdoar aos outros, omatrimônio durará, seguirá em frente.”
Fonte: Aleteia
quinta-feira, 11 de setembro de 2014
O poder da Ave Maria
Milhões dos católicos rezam frequentemente a Ave Maria. Alguns repetem-na depressa, nem mesmo pensando nas palavras que estão dizendo.
Este artigo poderá ajudá-lo a recitá-la mais pensativamente.
– Podem dar grande alegria à Mãe de Deus para se obter as graças que ela deseja.
– Uma Ave Maria bem rezada enche o coração de Nossa Senhora com alegria e nos concede grandes graças. Uma Ave Maria bem recitada dá-nos mais graças que mil rezadas sem reflexão.
– A Ave Maria é como uma mina de ouro da qual nós podemos sempre extrair e nunca se esgota. É difícil rezar a Ave Maria? Tudo o que temos que fazer é saber seu valor e compreender seu significado.
– S. Jerônimo nos diz que “as verdades contidas no Ave Maria são tão sublimes, tão maravilhosas, que nenhum homem ou anjo poderiam compreendê-las inteiramente.”
– S. Tomás de Aquino, príncipe dos teólogos, “o mais sábio dos santos e o mais santo dos sábios”, como Leo XIII o chamou, pregou o Ave Maria por 40 dias em Roma, enchendo os corações de êxtase.
– Pe. F. Suárez, o santo e erudito jesuita, declarou que ao morrer dispostamente daria todos os livros que escreveu, todas as obras de sua vida, pelo mérito de uma só Ave Maria rezada devotamente.
– S. Matilde, que amava muito Nossa Senhora, certo dia estava se esforçando
para compor uma bela oração em sua honra. Nossa Senhora apareceu-lhe, com as letras douradas em seu peito: “Ave Maria, cheia de graça.” Disse-lhe: “Desista, minha filha, de seu trabalho, pois nenhuma oração que talvez você pudesse compor dar-me-ia a alegria e o prazer da Ave Maria.”
para compor uma bela oração em sua honra. Nossa Senhora apareceu-lhe, com as letras douradas em seu peito: “Ave Maria, cheia de graça.” Disse-lhe: “Desista, minha filha, de seu trabalho, pois nenhuma oração que talvez você pudesse compor dar-me-ia a alegria e o prazer da Ave Maria.”
– Um certo homem encontrou a alegria em orar lentamente a Ave Maria. A bendita Virgem em troca apareceu-lhe sorrindo e anunciando-lhe o dia e hora de sua morte, concedendo-lhe uma santa e feliz. Depois de sua morte, um lírio branco cresceu de sua boca e escrito em suas pétalas: “Ave Maria.”
– Cesário descreve um incidente similar. Um santo e humilde monge viveu no monastério. Sua mente e memória estavam tão fracas que ele somente podia repetir uma oração, que era a Ave Maria. Depois de sua morte uma árvore cresceu sobre sua sepultura e em todas suas folhas estava escrito: “Ave Maria”.
Estas belas histórias nos mostram quantas devoções há para Nossa Senhora, e o poder atribuído à Ave Maria rezada devotamente. Cada vez que dizemos a Ave Maria repetimos as mesmas palavras com que o arcanjo Gabriel saudou Maria no dia da Anunciação, quando ela se tornou a Mãe do Filho de Deus.
Muitas graças e alegrias encheram a alma de Maria naquele momento.
Quando oramos o Ave Maria ofertamos novamente essas graças e alegrias à Nossa Senhora e ela os aceita com imenso prazer. Em troca ela nos dá uma ação dessas alegrias.
Certa vez Nosso Senhor pediu a S. Francisco que lhe desse algo. O santo respondeu: “Querido Senhor, eu não posso lhe dar nada que eu já não lhe dei, todo meu amor”.
Jesus sorriu e disse: “Francisco, dê-me tudo de novo e de novo e irá dar-me o mesmo prazer”.
Da mesma forma nossa querida Mãe aceita cada vez que oramos o Ave Maria e recebe as alegrias e prazer que ela teve das palavras de S. Gabriel.
Deus Todo-poderoso deu a Sua Bendita Mãe toda a dignidade, grandeza e santidade necessária para torná-la perfeita para ser sua Mãe.
Mas Ele também lhe deu toda a doçura, amor, brandura e afeto necessário para fazê-la também nossa querida Mãe. Maria é realmente nossa Mãe.
Assim como os filhos se dirigem às suas mães para pedir ajuda, da mesma forma deveríamos ir com a mesma confiança ilimitada a Maria.
S.Bernardo e muitos Santos disseram que nunca ouviram falar em qualquer tempo ou lugar que Maria se recusou a ouvir as orações de seus filhos na Terra.
Por que não percebemos estas consoladoras verdades? Por que recusar o amor e consolação que a doce Mãe de Deus nos oferece?
É nossa lamentáve a nossa ignorância lamentável que nos priva desta ajuda e consolação.
Amar e confiar em Maria é ser feliz agora na Terra e depois feliz no céu. O dr.Hugh Lammer foi um dedicado protestante, com forte ódio contra a Igreja Católica. Um dia ele encontrou uma explicação da Ave Maria e começou a lê-la. Ele ficou tão encantado com ela que começou a rezá-la diariamente. Insensivelmente, toda a sua animosidade anti-católica começou a desaparecer. Ele se tornou um bom católico, um santo padre e um professor de Teologia Católica em Breslau.
Chamaram um sacerdote ao lado de cama de um homem que morria no desespero por causa dos seus pecados. O homem recusava se confessar. Como um recurso último o sacerdote pediu-o a orar pelo menos a Ave Maria. Logo após, o pobre homem fez uma confissão sincera e morreu uma morte santa.
Na Inglaterra, perguntaram a um sacerdote da paróquia ver uma senhora protestante que estava gravemente doente, e que desejava se tornar católica. Perguntado se alguma vez ela já tinha ido à Igreja Católica ou se ela tinha falado com católicos, ou se ela tinha lido livros Católicos, ela respondeu: “não”. Tudo o que ela podia lembrar era que, uma amiga lhe ensinou o Ave Maria, o qual era rezava toda noite. Ela foi batizada e, antes de morrer, teve a felicidade de ver seu marido e filhos batizados.
S. Gertrudes diz-nos no seu livro “Revelações” que quando nós agradecemos a Deus pelas as graças que Ele deu a qualquer Santo, tornamo-nos participantes daquelas determinadas graças.
Que graças então não temos quando oramos o Ave Maria agradecendo a Deus por todas as inexprimíveis graças que Ele deu a Sua Bendita Mãe?
“Uma Ave Maria dita sem sensível fervor,mas com um puro desejo em um tempo de aridez, tem muito mais valor à minha vista do que um Rosário inteiro no meio das consolações”. (Nossa Senhora a Ir. Benigna Consolata Ferrero)
Fonte: http://www.bibliacatolica.com.br/blog/espiritualidade/o-poder-da-ave-maria/#.VBIpl8JdVXM
Julgar e insultar
VATICANO, 07 Set. 14 / 10:18 am (ACI).- Neste domingo, 7 de setembro, o Papa Francisco saiu como de costume ao balcão do seu estúdio que depara a Praça de São Pedro para a alocução prévia à oração do Ângelus. Antes da oração mariana, o Pontífice comentou o Evangelho deste domingo, extraído do capítulo 18 de Mateus, que apresenta o tema da correção fraterna na comunidade dos fiéis, e expressou: insultar não é cristão.
O Papa afirmou que o Senhor Jesus “nos ensina que se o meu irmão comete um pecado contra mim, eu devo ter caridade para com ele e, antes de tudo, falar pessoalmente com ele, explicando-lhe que o que ele disse ou fez não é bom. Se o irmão não me ouve, Jesus sugere uma ação progressiva: primeiro, volta a falar com ele com outras duas ou três pessoas; se, não obstante isso, não acolhe a exortação, é preciso dizer à comunidade; e se não ouve sequer a comunidade, é preciso fazer com que sinta a fratura e o distanciamento que ele mesmo provocou”.
A atitude correta diante do pecado do irmão é a de delicadeza, prudência, humildade, atenção para com quem pecou, evitando que as palavras possam ferir. “Vocês sabem que as palavras matam: quando falo mal, faço uma crítica injusta, isso é matar a fama do outro”, expressou o Pontífice.
O objetivo é ajudar o irmão a perceber o que ele fez. Isso também nos ajuda a nos libertar da ira e do ressentimento que nos fazem mal e que nos levam a insultar e a agredir. “Isso é feio. Nada de insultos. Insultar não é cristão”, asseverou.
“A correção fraterna –prosseguiu- é um serviço recíproco que podemos e devemos fazer uns aos outros. E é possível e eficaz somente se cada um se reconhece pecador e necessitado do perdão do Senhor. A mesma consciência que me faz reconhecer o erro do outro, antes ainda me lembra que eu mesmo errei e erro tantas vezes”.
“Por isso, no início da Santa Missa, todas as vezes somos convidados a reconhecer diante do Senhor que somos pecadores, expressando com as palavras e os gestos o sincero arrependimento do coração. E o pedimos para nós, “Senhor, tende piedade de mim”, e não “Senhor, tende piedade dessa pessoa que está a meu lado””, expressou o Papa.
Entre as condições que são comuns dos que participam da celebração eucarística, duas são fundamentais, ressaltou o Papa: todos somos pecadores e a todos Deus doa a sua misericórdia. “Devemos nos lembrar sempre disso antes de corrigirmos fraternalmente o nosso irmão.”
Por fim, Francisco recordou que na segunda-feira, 08 de setembro, celebra-se liturgicamente a Natividade de Nossa Senhora, pedindo aos fiéis que, assim que acordarem, dirijam seu pensamento a Ela, como um filho cumprimenta sua mãe no dia do seu aniversário.
O Papa concluiu a alocução pedindo como de costume as orações dos fiéis por ele e desejou a todos um feliz domingo antes de dar a bênção apostólica.
Fonte: http://www.bibliacatolica.com.br/blog/santa-se/julgar-e-insultar-nao-sao-proprios-de-um-cristao-diz-o-papa/#.VBInIsJdVXM
Igreja Católica
Francis Beckwith renunciou esta semana a seu cargo de Presidente da Sociedade Teológica Evangélica (ETS). O motivo: retornou à Igreja Católica onde cresceu e que abandonou para abraçar o protestantismo.
Conforme sustenta em um blog, “não acredito que seja possível que a ETS conduza seu negócio e seus assuntos de forma que impulsione o Evangelho de Cristo, enquanto eu seja seu presidente. Por isso, desde em 5 de maio renuncio ao cargo de presidente da ETS e membro de seu comitê executivo”.
Beckwith relata que começou sua volta à fé em que cresceu, quando decidiu ler a alguns bispos e teólogos dos primeiros séculos da Igreja. “Em janeiro, por sugestão de um amigo querido, comecei a ler aos Padres da Igreja assim como alguns trabalhos mais sofisticados sobre a justificação em autores católicos. Comecei a convencer-me que a Igreja primitiva é mais católica que protestante e que a visão católica da justificação, corretamente compreendida, é bíblica e historicamente defensável”.
O perito estava disposto a retornar à Igreja Católica quando terminasse seu serviço como presidente em novembro do próximo ano. Entretanto, seu sobrinho de 16 anos pediu para ser seu padrinho de confirmação no próximo dia 13 de maio e por isso reconsiderou sua decisão.
Segundo Beckwith, “não podia dizer ‘não’ a meu sobrinho querido, que credita na renovação de sua fé em Cristo a nossas conversas e correspondência. Mas para fazê-lo, devo estar em total comunhão com a Igreja. Por isso, em 28 de abril passado recebi o sacramento da Confissão”.
Beckwith espera que sua partida permita à Sociedade Teológica Evangélica estudar a tradição da Igreja em uma forma que não seria possível com ele de presidente.
“Há uma conversa que deve realizar-se na ETS, uma conversa sobre a relação entre Evangelismo e o que se chama ‘Grande Tradição’, uma tradição da qual todos os cristãos podem traçar sua paternidade espiritual e eclesiástica. É uma conversação que eu recebo com agrado, e na espero ser participante. Mas minha presença na ETS como presidente, concluí, diminui as possibilidades de que ocorra esta conversa. Só exacerbaria a desunião entre cristãos que precisa ser remediada”.
O ex-presidente também enfatizou seu agradecimento a ETS. “Sua tenaz defesa e prática da ortodoxia cristã é que sustentou e nutriu a quem tenho encontrado nosso caminho de volta à Igreja de nossa juventude”.
Fonte: http://www.bibliacatolica.com.br/blog/protestantismo/presidente-da-sociedade-teologica-evangelica-retorna-a-igreja-catolica/#.VBIkwcJdVXO
segunda-feira, 8 de setembro de 2014
O que é “ser Igreja”?
Esta é uma daquelas perguntas, cuja resposta, num primeiro momento, dá-se por óbvia. Mas, será que realmente sabemos o que é “ser Igreja”?
Para levar adiante esta reflexão, vou me reportar a uma música. Isso mesmo, a uma música. Ou melhor, a um canto. Sabe por quê? Vou lhe contar um segredo. É que a arte tem o poder de expressar com tamanha naturalidade aquilo que o conceito puro e simples encontra dificuldades em manifestar.
Este canto que tenho em mente – talvez você já até saiba qual seja – é usado em nossas liturgias e também em encontros pastorais. Sobretudo aqueles relacionados a momentos fortes da vida da comunidade, como uma assembléia paroquial. E então, vai arriscar? Sabe qual é? Uma linha de cada vez! Não vá adiantar a leitura. Vamos lá! Enquanto escrevo é como se eu o ouvisse cantando.
Trata-se do canto “É tempo de ser Igreja”, composto pela Irmã Maria Luíza Pedroso Ricciardi, da Congregação das Filhas de São Paulo, conhecidas como Irmãs Paulinas. Você terá que concordar comigo que este belo canto muito contribui com nossa proposta de refletir sobre o “ser Igreja”.
É claro que ele não esgota todo o assunto. Você e eu já sabemos disso. Mas ele apresenta algumas pistas sobre o tema. As pistas nunca esgotam um assunto. Elas são o que são: pistas. Apenas sinalizam um caminho seguro para continuar desenvolvendo a reflexão. Vamos ao canto.
“Agora é tempo de ser Igreja,/ caminhar juntos, participar”. Este é o refrão. Ele, ao mesmo tempo em que abre o canto também lhe dá o tom, sua marca característica. O “ser Igreja” é marcado pela caminhada, pela unidade e pela participação. Mas quando? “Agora”, diz o canto. Não em um futuro distante. Nem mesmo amanhã. Mas “agora”, neste exato momento: agora é tempo de ser Igreja, agora é tempo de caminhar juntos, agora é tempo de participar.
Mas, se “ser Igreja” é isso, o que nos diferencia das instituições e associações civis? Bem, “ser Igreja” é isso sim, mas não se reduz somente a isso. Vamos ver a primeira estrofe do canto: “Somos Povo Escolhido/ e na fronte assinalados/ com o nome do Senhor/ Que caminha ao nosso lado”. Na origem do “ser Igreja” encontra-se o chamado à fé, fruto da eleição divina, que conduz ao Batismo. Ao passar pelas águas da salvação somos incorporados a Cristo e tornamo-nos membros da Igreja, do Povo de Deus (Ritual da Iniciação Cristã de Adultos 2). Na Igreja não estamos sozinhos, pois além da presença dos irmãos e irmãs contamos também com a presença do próprio Jesus Cristo. Ele mesmo disse que estaria conosco (Mt 18,20; 28,20). Esta primeira estrofe canta, então, o mistério do sacramento do Batismo, que nos faz Igreja, Povo eleito, Sacerdócio régio, Nação santa (1Pd 2,9), filhos e filhas no Filho de Deus. Veja só, que maravilha.
A segunda e a terceira estrofes do canto apresentam elementos novos para a nossa reflexão: “Somos povo em missão/ já é tempo de partir/ é o Senhor quem nos envia/ em seu nome a servir”; “Somos povo-esperança/ vamos juntos planejar/ ser Igreja a serviço/ e a fé testemunhar”. Quantas coisas bonitas aqui. O “ser Igreja” é caracterizado pela missão. Missão é movimento que tem origem no próprio ser de Deus. Não é simplesmente um sentimento altruísta. “Como o Pai me enviou, assim também eu vos envio” (Jo 20,21), disse Jesus aos Apóstolos na tarde da ressurreição. A propósito disso, vale recordar o ensinamento do Concílio Vaticano II: “A Igreja peregrina é, por sua natureza, missionária” (Ad Gentes 2).
Missão tem a ver com serviço e testemunho. Na missão, na Igreja, não fazemos nada por nós mesmos, mas sempre em nome de Cristo. É em nome de Cristo que servimos ao irmão, ao próximo, ao necessitado. Fazendo isso, damos testemunho da nossa fé no mesmo Cristo. Pois, como afirma são Tiago, “a fé sem obras é morta” (Tg 2,14). E tudo isso “já”, diz o canto. Nada de ficar esperando para depois. Somos chamados a “ser Igreja” no hoje da nossa vida.
Quando falamos de serviço, de missão e de testemunho, lembramos de qual sacramento? Do sacramento da Confirmação é claro, ou como costumamos dizer, da Crisma. Desde modo, a segunda e a terceira estrofes cantam o mistério da Confirmação. Pois assinalados na Confirmação com o Dom do Espírito, somos mais perfeitamente configurados ao Senhor e repletos do Espírito Santo, para levar o Corpo de Cristo, isto é, a Igreja, o quanto antes à plenitude, dando testemunho de Cristo no mundo (Ritual da Iniciação Cristã de Adultos 2).
Você já havia pensado em tudo isso quando entoava esse canto? Então, acreditamos que sabemos… é como a pergunta que motiva esse texto. Mas o canto ainda nos reserva mais surpresas, muito boas, por sinal.
Vamos à quarta e última estrofe: “Somos povo a caminho/ construindo em mutirão/ nova terra, novo Reino/ na fraterna comunhão”. O “ser Igreja” é esse “povo a caminho”. Estamos todos em movimento. Mas, para onde, para que direção? Rumo à Jerusalém Celeste, à Nova Terra, ao Reino definitivo. Somos Igreja peregrina. A Eucaristia é o alimento que nos sustenta nessa jornada, o nosso viático. Ela gera na Igreja a fraterna comunhão, pois “embora sendo muitos, formamos um só corpo, porque todos participamos do mesmo pão” (1Cor 10,17).
Na Igreja a unidade sustenta a comunidade. Juntos peregrinamos em direção à Jerusalém Celeste, e nesse peregrinar, em mutirão vamos construindo a Nova Terra, o Reino de Deus, que também é nosso. Reino de paz e de justiça, onde “não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor” (Ap 21,4). Deste Reino, a Assembleia Eucarística é antecipação e prelúdio, pois comendo e bebendo ao redor da mesma mesa, recebemos a vida eterna e exprimimos a unidade do povo de Deus (Ritual da Iniciação Cristã de Adultos 2). Assim como a Eucaristia leva à plenitude o processo de Iniciação Cristã, o Mistério Eucarístico coroa esse canto.
Quantos elementos significativos encontramos nesse canto, não? Lembre-se, são apenas pistas. O Mistério da Igreja é bem maior que isso. Ele nos envolve e nos ultrapassa. Eu apenas sinalizei o caminho. Cabe a você levar adiante essa reflexão. Se estiver atendo, vai descobrir novos caminhos para continuá-la. Aqui vai outro segredo: o desafio não é apenas saber “o que é ser Igreja”, mas viver como Igreja, sendo no mundo o bom perfume de Cristo (2Cor 2,15). Tudo na simplicidade, como nos aponta Francisco, tanto o de Assis quanto o Papa. “E agora, José?”
Pe. Edivaldo Rossi Gonçalves
Vigário Paroquial na Paróquia São Francisco de Assis
edivaldo_rg@hotmail.com
Vigário Paroquial na Paróquia São Francisco de Assis
edivaldo_rg@hotmail.com
Fonte: http://arquidiocesedemaringa.org.br/formacoes/o-que-e-ser-igreja/
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