quinta-feira, 2 de junho de 2011
Fonte: Canção Nova
Dom Alberto Taveira
"Sacerdote nas Novas Comunidades: evangelização rigorosa, doação total de vida e espírito missionário."
“A Renovação Carismática Católica (RCC) precisa, continuamente, voltar às suas fontes, porque, senão, ela se torna apenas um grupo muito piedoso de pessoas que se reúnem toda semana para rezar”. Essas foram as palavras do Arcebispo de Palmas (TO), Dom Alberto Taveira Corrêa, a respeito da 'renovação' que ele acredita ser necessária nesse movimento eclesial.
Durante a entrevista coletiva, concedida ao Sistema Canção Nova de Comunicação, o prelado também salientou a formação dos padres das Novas Comunidades e a constante novidade da ação do Espírito Santo no sacerdócio dessas comunidades. Dom Alberto comentou sobre a nova Encíclica do Papa Bento XVI “Caridade na Verdade” e disse ter achado apropriada a escolha da data para o lançamento do documento papal – tendo em vista o encontro do G8 – por apontar a contribuição da Igreja para as questões sociais e atuais do mundo.
cancaonova.com: Qual é a essência da Renovação Carismática Católica (RCC)?
Dom Alberto: Quando se fala da essência da RCC precisamos pensar nos frutos da mentalidade nova que entrou na Igreja com o Concílio Vaticano II. A Renovação veio à tona na Igreja Católica logo depois desse Concílio. Então, não dá para não reconhecer que aquela foi uma das expressões da Teologia da Igreja, da ação do Espírito Santo. É claro que o Espírito suscita no correr da vida da Igreja essa força de carismas, de dons do Espírito para o bem dela e crescimento da evangelização.
A Renovação Carismática, para mim, hoje, significa a atualização da graça do Pentecostes e também da graça de vida em conjunto, porque temos muitos dons dados por Deus. Mas o que é importante nesse movimento eclesial é a graça coletiva, portanto, este tem essa realização no grupo de oração, no congresso, no trabalho missionário.
cancaonova.com: Qual a importância desse movimento para a Igreja?
Dom Alberto: Se tomarmos a carta que o Papa Bento XVI fez recentemente sobre o Ano Sacerdotal, vamos perceber que, inesperadamente, ela tem um convite aos padres para acolherem os movimentos e as novas comunidades. A importância é que a Renovação Carismática é uma das expressões dessa nova primavera do Espírito e essa é a missão que ela tem.
cancaonova.com: Sendo as novas comunidades uma das expressões da primavera da Igreja, qual a novidade do Espírito Santo no sacerdócio exercido nessas comunidades?
Dom Alberto: As novas comunidades e os novos movimentos, em sua maioria, tiveram a sua matriz leiga, mas pessoas também chamadas ao sacerdócio foram tocadas por essa realidade e pelos novos carismas. Hoje, o lugar desses sacerdotes nas novas comunidades é de uma evangelização rigorosa, de uma doação total de vida, de um espírito missionário muito grande. Eles são uma possibilidade para que essas comunidades ofereçam um serviço de evangelização, mas com uma ligação profunda com a Igreja local. Cada padre da nova comunidade está encardinado em alguma diocese, e como foi bem explicado no Congresso Preparatório do Encontro das Novas Comunidades e Movimentos de 1998 pelo padre Gianfranco Ghirlanda – que é hoje o reitor da Universidade Pontifícia Gregoriana –, o lugar dos padres nas novas comunidades tem de ser de um bispo benevolente que acolhe os candidatos, prepara a sua formação e, depois, os envia ao serviço daquele carisma.
cancaonova.com: Há uma formação especial para os sacerdotes dessas comunidades?
Dom Alberto: A formação é que eles primeiro fazem a experiência da espiritualidade das novas comunidades, depois, dentro da formação comum dos outros irmãos que vivem neste carisma, desenvolvem e descobrem a vocação sacerdotal. Daí, então, vão fazer a formação específica de Filosofia e Teologia tendo em vista o ministério sacerdotal.
cancaonova.com: Qual a importância da nova Encíclica de Bento XVI para a América Latina, em especial o Brasil, tendo em vista o encontro do G8 deste ano?
Dom Alberto: O início da Encíclica [Caridade na Verdade] é uma recordação dos temas que foram tratados por Paulo VI na carta "Populorum Progressum" [Progresso dos Povos] . Depois, no desenvolver dela, o Papa lança luzes, porque, no texto, ele faz uma comparação de como era o mundo na época da "Populorum Progressum" e quais são as situações que existem hoje com a globalização, os novos desafios, as técnicas e esse encontro grande do G8 que aconteceu na Itália. Eu penso que foi bem escolhida a data para o lançamento da Encíclica, pois ela coloca como objetivo a contribuição da Igreja para as questões sociais e atuais do mundo. Nos próximos dias, deveremos aprofundar a leitura desse documento e descobrir todos os seus desdobramentos para a vida do mundo.
É bom recordar que o próprio Papa Bento XVI já tinha dito, em outras ocasiões, que um dos desafios do nosso tempo é o chamado "relativismo", ou seja, quando as pessoas não querem descobrir a verdade, pois até nos diálogos se ouve: “Mas qual verdade? A minha ou a sua?”. Para nós existe uma verdade objetiva e ela tem um nome: Jesus Cristo. Se a Igreja quer viver na caridade, mas sem a verdade, então ela se torna sentimentalista ou até revolucionária. Mas quando a verdade e a caridade caminham juntas, descobrimos que ali existe o adequado modo de estar no nosso mundo. Se eu busco a verdade, eu tenho limites. Não se trata apenas de viver todos os recursos que a técnica oferece sem limites; estes são dados pela dignidade da pessoa humana, pelo respeito à vida das pessoas.
cancaonova.com: O senhor acredita que a Renovação Carismática Católica precisa de uma renovação?
Dom Alberto: A Renovação Carismática precisa, continuamente, voltar às suas fontes, porque, senão, ela se torna apenas um grupo muito piedoso de pessoas que se reúnem toda semana para rezar. Assim, se ela não tiver vigor e uma dimensão missionária de fronteira, de tocar com a sua graça as pessoas que estão mais distantes, ela deixa de ser aquilo que é a sua característica. Em muitos lugares, a Renovação começa a se acomodar, porque as pessoas pensam que ela é, simplesmente, um evento de massa: ou são as músicas, os shows... ou a reduzem a uma busca primária de cura e de libertação. No entanto, a Renovação Carismática é muito mais do que isso. Embora ela se expresse em todas essas realidades, ela é a graça de um novo Pentecostes, o qual precisa balançar as estruturas e a vida das pessoas. Portanto, os grupos de oração têm de se renovar na busca e no exercício dos carismas, na busca da efusão do Espírito Santo, caso contrário, eles vão se tornar um grupinho de pessoas muito piedosas, mas nunca exercerão aquilo que a Renovação, de fato, é.
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