sexta-feira, 20 de agosto de 2010
A Palavra de Deus tem uma voz (a Revelação), um rosto (Cristo), uma casa (a Igreja), um caminho (a Missão).
No mês de outubro, ocorreu um encontro de bispos do mundo inteiro, assim como representantes de Igrejas Crentes, ortodoxas, de Judeus. Havia também leigos e leigas, religiosos e religiosas. Refletiram sobre a palavra de Deus na vida do cristão.
No fim, no domingo 26 de outubro de 2008, enviaram uma “Declaração” belíssima a todos os cristãos. Insistiram em dizer que a palavra de Deus não é só o texto da Bíblia, e não é um texto morto, mas é Deus mesmo que fala àquele que abre o seu coração lendo, na oração, a Bíblia.
Eis um resumo desta declaração final que tem 4 partes:
1. A voz da Palavra: a Revelação.
Aí, se medita sobre Deus que cria o mundo pela sua palavra. “Deus disse: que a luz seja, e a luz foi.” Sabemos que não se fala só de milhares de anos atrás, mas se fala de Deus que hoje, falando no nosso coração, nos cria, faz a luz chegar à nossa vida, se abrimos os ouvidos do coração. Medita-se também sobre a criação que fala do Criador. Fala-se do homem que pode dialogar com Deus, e de Deus que ouve os gritos do seu povo oprimido no Egito e vem libertá-lo. Fala da Palavra de Deus que se tornou texto, começando com a lei de Moisés escrita sobre pedras e do Espírito Santo que nos ajuda a ler a Bíblia e a não ficar ao texto escrito, texto morto, mas a encontrar Deus vivo que fala a cada um que lê a Bíblia, iluminado pelo Espírito Santo.
2. O rosto da Palavra: Jesus Cristo.
Medita sobre “O Verbo – a Palavra – que se fez carne”, que se torna presente em Jesus Cristo. Agora, Deus invisível se tornou visível, nasceu numa cultura, revelou o amor do Pai. Toda a vida de Jesus é Palavra de Deus. Se diz que toda a Bíblia se diz numa língua e numa cultura. Por isso, é preciso não fazer leitura literal, mas interpretar a partir do conhecimento que temos desta cultura, da história. Fala-se da importância de ler qualquer trecho da Bíblia à luz de toda a Bíblia e, sobretudo, a luz de Cristo, senão caímos na leitura fundamentalista ou assim como várias Igrejas crentes que pegam um versículo do Antigo Testamento ou do Apocalipse e concluem de maneira imediata para hoje. Afirma com força que a finalidade do conhecimento da Bíblia não é uma moral ou uma grande idéia, mas o encontro com a Pessoa de Cristo que abre um novo horizonte para a nossa vida.
3. A casa da Palavra: a Igreja.
É a Igreja que fora confiadas as palavras de Jesus e a responsabilidade de anunciar o Evangelho. É para a missão de anunciar o Evangelho a todos os homens que a Igreja foi fundada. É pela palavra que a Igreja cresceu. É na Igreja que recebemos a palavra: na catequese, nas celebrações em particular nas homilias, momento capital do encontro com a Palavra de Deus onde a palavra se acolha tanto pelo espírito como pelo coração, e que precede um outro momento capital de acolhimento da palavra de Deus, a narração da última Ceia na consagração do pão e do vinho, corpo e sangue de Cristo. A liturgia da Palavra e da Eucaristia são um só ato e culto.
O terceiro pilar do edifício espiritual da Igreja, “Casa da Palavra” é a oração dos salmos, a leitura orante da palavra (Lectio Divina) a fazer em primeiro lugar na família, mas também nos círculos bíblicos, nas comunidades. Maria, mãe de Jesus, que guardava tudo no coração e meditava, assim como Maria, irmã de Marta, sentada aos pés do Senhor na escuta da sua Palavra, são modelos para nós da Igreja casa da Palavra de Deus.
Não basta escutar a palavra, é preciso praticá-la, viver a comunhão fraterna e a caridade. Assim a palavra de Deus deve se tornar “visível e legível no rosto e nas mãos daquele que crê”, cuja vida deve se tornar um Evangelho vivo. Entrando na casa da Palavra, nós encontramos irmãos de outras Igrejas (crentes, ortodoxos)
4. Os caminhos da Palavra: a Missão.
A palavra tem que sair do templo para ir ao encontro dos homens, nas casas, nas praças de um mundo moderno e secularizado, que tem fome e sede não só de pão ou de água, mas de ouvir a Palavra de Deus. Dai a missão evangelizadora da Igreja. “Ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-as a cumprir tudo quanto vos tenho mandado” (Mt 28,19-20). Temos de utilizar os meios modernos de comunicação e de saber falar em parábolas e pelo testemunho na língua dos homens de hoje.
“A família, cujas paredes contêm alegrias e dores, forma um espaço fundamental no qual deve entrar a Palavra de Deus”. Toda a Bíblia apresenta famílias que se nutrem da palavra de Deus. A transmissão da Palavra de Deus se faz primeiro na família, de geração em geração. “Pois, cada família deve ter a sua Bíblia, guardá-la com cuidado, lê-la e rezar com ela; a família deve propor formas e modelos de educação orante, a fim de que meninos e meninas, velhos e as crianças (Salmo 148,2), escutem, compreendam, louvem e vivam a Palavra de Deus. Em particular, as novas gerações deverão ser os destinatários de uma pedagogia apropriada e específica que as conduza em sentir a fascinação para a figura de Cristo, abrindo a porta da inteligência e do coração delas, incluído pelo encontro do testemunho autêntico de adultos, a influência positiva de amigos e a grande companhia da comunidade eclesial.”
É preciso semear a Palavra largamente, em todos os terrenos, ir ao encontro dos excluídos, dos que sofrem muito que podem se deixar tocar pelo rosto de Cristo sofredor e dos quais temos de nos aproximar para anunciar a Palavra de esperança de Cristo pela nossa partilha com eles. A palavra de Deus nos leva ao encontro dos judeus com quem partilhamos o Antigo Testamento. Ela nos leva ao encontro dos homens de qualquer religião ou ateus, sem cair no sincretismo, ao encontro do mundo da arte, da ciência, do pensamento. Temos de acolher a palavra de Deus nas culturas, mas também de evangelizar as culturas.
Conclusão:
“A voz do céu que eu ouvira tornou então a falar-me: ‘Vai, toma o livrinho aberto da mão do Anjo que está em pé sobre o mar e sobre a terra.’ Fui, pois, ao Anjo e lhe pedi que me entregasse o livrinho. Então, ele me disse: ‘Toma-o e devora-o; ele te amargará o estômago, mas em tua boca será doce como mel.’ Tomei o livrinho da mão do Anjo e o devorei: na boca, era doce como mel; quando o engoli, porém, meu estômago se tornou amargo’” (Ap 10,8-11).
Resumo feito pelo Padre Bruno Cadart
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